"Foi surreal! coisa de filme. Nunca pensei que fosse passar por uma coisa destas", estas foram as palavras do ituramense Rodrigo Viveiros Freitas sobre o que presenciou na Ucrânia, que há uma semana está em conflito com a Rússia. O gerente de vendas e advogado de 30 anos, filho do empresário Telso da CBT morava no país há cerca de dois anos, sendo um ano de meio na capital Kiev.

Em um breve relato enviado a nossa equipe de reportagem hoje pela manhã, o ituramense falou sobre o que viveu até conseguir sair do país. "Quando ouvi barulhos de bombas caindo, liguei para um amigo e peguei duas mochilas com moletom e jaquetas e o necessário para sair dali."

Detalhando como foi a sua rotina a partir deste momento, ele conta que passou pela casa dos pais da namorada de um amigo onde se abrigaram, depois seguiram de carro por 12 horas até chegar próximo à Fronteira na casa de um tio dela. Tudo isso sem dormir, sem tomar banho e em um frio de 1 grau. No outro dia, seguiram para a Fronteira entre Ucrânia e Polônia e com a fila de carro grande, decidiram andar, o que durou mais 12 quilômetros.

Após chegarem na divisa da Ucrânia com a Polônia foram mais 13 horas na fila, em pé, em um frio de menos cinco graus, sem dormir, sem tomar banho e comendo uns snacks apenas. "Foi difícil andar tudo isso para sobreviver, imagina para as crianças, idosos e mulheres que eram a maioria, já que os homens de 18 a 60 não podem sair do país, pois precisam lutar."

Já na Polônia, em clima mais tranquilo ele conseguiu tomar banho e descansar até seguir de ônibus para a Hungria e de lá para Budapeste. "Eu fiquei triste de deixar tudo que construí em dois anos, mas teve pessoas que morreram e perderam seus familiares." De volta ao Brasil nesta sexta-feira, Rodrigo já faz novos planos. "Vou mandar currículos para outros países e ver o que farei na sequência."

Fonte/Dyelen Oliveira