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Quarta-Feira | 21/12/2016
Vereadores presos negociavam troca de voto por vaga em escola em Frutal

Os vereadores presos durante a Operação "Déjà-vu" em Frutal foram ouvidos pela Polícia Civil nesta terça-feira (20). Os sete políticos são suspeitos de envolvimento com a compra e venda de apoio político para as eleições da Mesa Diretora da Câmara Municipal para o biênio 2017/2018. De acordo com o delegado Fabio Ruz, a negociação para obter os votos era feita por ordem econômica e até mesmo em troca de vaga em escola.

"O esquema articulado pelos vereadores funcionava assim: em resumo tínhamos duas chapas comandadas por dois politicos que ofereciam cargos, dinheiro e até matrícula em escola para a filha de um deles, para que a chapa que eles gostariam fosse eleita. Os que ofereciam os favores praticavam corrupção ativa e os que aceitavam são suspeitos de corrupção passiva", explicou Fabio.

Os vereadores Ricardo Mazzaropi (PT do B), Joab de Paula Alves (PROS) e Romero Silva de Menezes (PRTB) que já ocupavam cadeiras na Câmara Municipal e foram reeleitos e Esio dos Santos (PR), Douglas Doyal (PSOL), Nene Finuh (PT do B) e Edison Yamagami (PSOL) que foram eleitos neste ano estão presos no presídio de Frutal.

A Polícia Civil disse ainda que pediu à Justiça para realizar a diplomação dos vereadores suplentes para que no começo de 2017 a Câmara Municipal de Frutal esteja completa. Até lá o plenário da Câmara ficará vazio.

O diretor geral do Legislativo, Delcione Bento, informou ao MGTV que a população não será prejudicada, pois o calendário de reuniões desse ano já terminou. Além disso, ele disse que independentemente do que a Justiça decidir, a posse de 15 vereadores será feita no dia 1º de janeiro, mesmo que seja preciso diplomar suplentes, no mesmo dia da cerimônia.

Operação "Déjà-vu"

Segundo o delegado regional de Frutal, Cezar Felipe Colombari da Silva, durante a operação realizada na última sexta-feira (16) foram apreendidos R$ 2.365 referentes à parcela da propina. Dois vereadores foram escutados durante a tarde de sexta e confessaram o crime, além de delatar outros dois políticos que seriam candidatos à presidência da Câmara.

As investigações iniciadas no fim de outubro deste ano foram em parceria com o Ministério Público e da polícia de Araxá. O objetivo foi apurar informações de que alguns vereadores estavam repetindo práticas ilícitas de eleições passadas, a fim de comprar e prometer o voto, principalmente para a função de presidente da Câmara.

Segundo o delegado Fabio Ruz Borges, dois vereadores foram presos pela prática de crimes de corrupção ativa e quatro por crimes de corrupção passiva. Ele ainda destacou que todos podem ser indiciados por crimes de associação ou organização criminosa.

A Justiça determinou o afastamento dos vereadores presos das funções, que deverão ser impedidos de participar da eleição interna da Câmara. Os presos foram submetidos a exames médicos no Instituto Médico Legal (IML).

Fonte - G1