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Foto: Reprodução/ Internet
Terça-Feira | 21/07/2020
ITURAMA: Justiça nega pedido de habeas corpus para advogada apontada como chefe de esquema criminoso

A advogada de Iturama presa durante a Operação "Menina Veneno", no dia 4 de junho, teve o pedido de habeas corpus negado pela 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A advogada é apontada como chefe de uma organização criminosa que atuava em cidades do Triângulo Mineiro e Sul de Minas.

O pedido de liminar de habeas corpus foi feito pela defesa da advogada que, entre outros motivos apresentados, alegou que ela estaria sofrendo constrangimento ilegal e que estaria correndo risco de contágio pela Covid-19 na prisão.

Por telefone, o G1 entrou em contato com um dos advogados, que informou que o grupo vai conversar a respeito para enviar um posicionamento à reportagem.

Com a solicitação negada pelo TJMG, a advogada continua presa preventivamente no Presídio Jacy de Assis, em Uberlândia, até o final do processo e eventuais recursos.


Outros envolvidos
Durante a operação, além de da advogada, também foram presas outras seis pessoas: o companheiro dela, que é empresário; três agentes públicos e dois ladrões. Os nomes deles não foram divulgados.

O empresário e os dois ladrões continuam presos em Itapagipe. Dos três agentes públicos, dois ainda estão presos em Belo Horizonte; já o terceiro, foi solto em junho, depois que a Justiça acolheu pedido da defesa e reviu a decisão quanto a ele.

As informações são do coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberaba, promotor José Cícero Barbosa da Silva Júnior, que também contou ao G1 que já foi oferecida denúncia contra os envolvidos e que o processo está na fase de defesa preliminar.


Operação 'Menina Veneno'
A operação, deflagrada no dia 4 de junho em Uberlândia, Iturama e Itajubá, resultou na prisão preventiva dos sete alvos e cumprimento de seis mandados de busca e apreensão.

A ação foi coordenada pelo Gaeco de Uberaba e contou com a participação das polícias Militar e Civil, Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e servidores do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

As investigações duraram cinco meses com objetivo de combater a organização criminosa especializada em crimes contra o patrimônio, como furto, extorsão, corrupção ativa, passiva, prevaricação e violação de sigilo.

Conforme o Gaeco, em abril de 2019, criminosos roubaram defensivos agrícolas avaliados em R$ 200 mil em uma propriedade rural localizada na região de União de Minas.

Logo após o crime, a advogada passava a contactar e a extorquir as vítimas de furtos e roubos dos defensivos agrícolas, bem como os criminosos, oferecendo auxílio para recuperar as mercadorias mediante vantagem financeira - modalidade de extorsão conhecida popularmente como "resgate".

Para sucesso na ação, a suspeita obtinha a localização dos criminosos por meio de informações confidenciais repassadas por agente públicos, sempre mediante propina.

"A advogada criminalista e o marido dela exigiam dinheiro das vítimas de furto e roubo de produtos agrícolas para restituir os materiais levados. Apuramos que agentes públicos ganhavam propina para encontrar os ladrões e os materiais. Ela tinha acesso informações privilegiadas", explicou o coordenador do Gaeco de Uberaba.

A partir daí, "em esquema requintado de corrupção, violação de sigilos profissionais e aliciamento da investigação criminal, agentes públicos passavam a identificar, contactar e pressionar os criminosos, fazendo com que tais entregassem os produtos subtraídos em troca de vantagem financeira".

Ainda conforme o Gaeco, o empresário participava ativamente do esquema de cobranças monetárias das vítimas dos crimes nas propriedades rurais da região.

Fonte: G1