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Quarta-Feira | 22/11/2017
Assassino confesso de jovem que deu carona marcada em WhatsApp estava embriagado e drogado, diz MPMG

O homem que confessou matar e roubar durante uma carona marcada por WhatsApp a radiologista Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, cometeu os crimes após ingerir cocaína e bebida alcoólica, disse nesta terça-feira (21), durante entrevista coletiva em Frutal (MG), o promotor Fabrício Costa Lopo.
A entrevista foi concedida após o Ministério Público de Minas Gerais ter denunciado à Justiça nesta segunda-feira (20) Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos, pelos crimes de latrocínio, estupro, ocultação de cadáver e fraude processual.

"Ele está sujeito a uma pena de 51 anos de prisão. Denunciamos pelo agravante de estar embriagado e ter feito uso de drogas para conseguir ter coragem e, desta forma, aumentar sua perversidade. Mesmo participando de um grupo de carona, é importante ressaltar que a vítima em nada contribuiu para o crime. Ela foi vítima de um covarde psicopata e acreditamos que, se ele não estivesse preso, teria cometido os mesmos crimes contra outras mulheres", disse Lopo.

Crime
A radiologista Kelly Cadamuro foi dada como desaparecida no dia 1º de novembro depois que saiu de São José do Rio Preto (SP) com destino a Itapagipe (MG) para encontrar com o namorado, que chegou a alertá-la por mensagem para que ela tivesse cuidado na viagem.

O corpo da jovem foi encontrado em um córrego entre Itapagipe e Frutal, no dia 2 de novembro, sem a calça e com a cabeça mergulhada na água. A declaração de óbito aponta que ela foi vítima de asfixia e estrangulamento.

Prado, que estava foragido desde março deste ano do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), foi preso no mesmo dia em São José do Rio Preto (SP). Outros dois homens foram detidos, suspeitos de comprar peças do veículo roubado da jovem. Eles também foram denunciados pelo MPMG por receptação. No dia 3 de novembro, Jonathan foi agredido por outros detentos no Presídio de Frutal e precisou ser transferido para uma cela isolada.

No dia 10 de outubro, o suspeito foi indiciado pela Polícia Civil por latrocínio, ocultação de cadáver e estupro. Ele está detido no Presídio de Frutal. Ele contou com detalhes durante a reconstituição do crime como praticou os crimes e confessou que amarrou e agrediu a radiologista. O G1 não conseguiu contato com o advogado do denunciado.

Denúncia
O MPMG explicou que, no dia 21 de outubro, a vítima anunciou no grupo que pretendia ir de São José do Rio Preto até Itapagipe, na véspera do feriado de Finados. Ciente da postagem, Jonathan Pereira do Prado usou um nome falso para entrar em contato com a vítima no dia 31 de outubro e manifestar interesse pela carona, afirmando que iria junto com a namorada.

"Jonathan induziu a vítima a erro com o propósito de levar a cabo os crimes que seriam praticados em subsequência, objetivando, covardemente, que a jovem não temesse viajar apenas com ele. No entanto, a namorada do denunciado não teve nenhum envolvimento no caso. E isso ficou claro na quebra do sigilo telefônico, que ele usou disso para convencer Kelly a viajar com ele", disse o promotor.

Segundo as investigações, no dia 1º de novembro, por volta das 18h35, Prado encontrou com a vítima. Ele disse que a namorada não poderia viajar naquele dia e que seguiria sozinho. O suspeito levava uma corda na mochila.
Ainda de acordo com a denúncia do MP, durante o percurso, após pedir à vítima que parasse o carro, atacou a jovem e a agrediu até desmaiá-la. Conforme as investigações, ele retirou a vítima com vida do carro e a arrastou por alguns metros até o matagal, onde praticou estupro contra a jovem.

"Não teve ato sexual, mas, de acordo com as leis, só o fato de [haver] prática de atos libidinosos caracteriza o estupro. E como ele tirou a calça e a calcinha da vítima, também foi denunciado por este crime. A fraude processual é indicada pois, durante as investigações, ele passou várias versões em depoimento, mas não temos dúvidas que ele é o autor do crime", declarou o promotor.

A denúncia aponta ainda que, no dia 2 de novembro, Prado foi até a estrada rural que liga Mirassol (SP) ao Distrito de Mirassolândia e roubou pneus e rodas do veículo, além de bolsas, perfume, sapatos, chinelos e um aparelho de rádio da vítima.

A Justiça agora terá acesso à denúncia e definirá se acolhe ou arquiva o processo.

Fonte - G1