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Quinta-Feira | 27/07/2017
Diabetes mata mais que aids, tuberculose e malária juntos

Aposentada, Carmem Elizabeth Santin Orlandini, 74 anos, tem hábitos regrados: ainda pela manhã, ela acorda cedo, toma um pingado e, em seguida, o primeiro dos três comprimidos diários de glifage, prescritos para ajudar a controlar o nível de insulina no sangue. A rotina é a mesma há mais de duas décadas, quando descobriu ser portadora de diabetes tipo 2.

"Na época, fazia acompanhamento com o cardiologista, porque também sou hipertensa, e tinha exames periódicos; vi os resultados aparecendo aos poucos, até chegar ao ponto de tomar remédios e controlar a alimentação", conta.

E há uma explicação: a diabetes é uma doença silenciosa, com sintomas discretos, porém perigosos. Em 2016, 14 milhões de brasileiros eram diabéticos - e metade não sabia disso.

Um estudo da OMS (Organização Mundial de Saúde), divulgado na 7ª edição do Atlas do Diabetes, apresentou números chocantes: a doença mata mais do que a aids, tuberculose e malária juntos, com média de um óbito a cada seis segundos no mundo.

Para o especialista Augusto Pimazoni Netto, coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), os números representam a falta de cuidado e suporte governamental. "Ninguém vê a diabetes como um mal de risco, mas, quando não é tratado, pode trazer complicações, assim como a aids e outras doenças".

E ressalta: diabetes não tem cura. "Pode e deve ser controlado com medicações especificas, mas as pessoas ainda têm o péssimo hábito de interromperem o tratamento quando apresentam melhoras - o que é um erro".

Fonte - ACidade ON